Fonte: Mestre Cornélio – Artesol/ reprodução
A história de Cornélio com a madeira é realmente fascinante e cheia de superação. Filho de carpinteiro e marceneiro, ele cresceu em uma família humilde e teve que aprender a trabalhar com a madeira desde cedo devido às dificuldades financeiras. Sua jornada artística começou quando, aos 15 anos, passou a fazer parte de um grupo de jovens em Teresina.
Neste conteúdo, iremos contar um pouco da sua história gigante e inspiradora. Confira!
Afinal, quem é Cornélio?
Em 1973, seu pai foi contratado para trabalhar na construção do teto da igreja São João Evangelista, conhecida como “Igreja do Parque”. Nessa ocasião, o padre da igreja, um italiano, usava Cornélio para ajudar nesse projeto. Foi nesse momento que ele teve sua iniciação artística.
O padre lhe deu a tarefa de esculpir a imagem do Cristo para a igreja. Inicialmente, Cornélio não estava seguro de suas habilidades e achava que não conseguiria realizar uma tarefa. No entanto, o padre insistiu e encorajou-o a tentar. Determinado a fazer um bom trabalho, Cornélio buscou ajuda de um mestre escultor cearense chamado Carlos Barroso, que estava desabrigado na praça e precisava de trabalho.
Cornélio e Carlos Barroso trabalharam juntos na escultura do Cristo da igreja, utilizando galhos de cajueiro para criar uma figura de tamanho natural. Esse trabalho marcou o início da carreira de Cornélio como santeiro, um artista especializado em esculpir imagens sagradas.
A partir desse momento, sua paixão pela arte com a madeira cresceu, e Cornélio desenvolveu-se ao aperfeiçoamento de suas habilidades como santeiro ao longo dos anos. Sua trajetória é um exemplo inspirador de como a perseverança e o talento podem abrir portas e transformar a vida de alguém que enfrenta dificuldades.
José Cornélio de Abreu nasceu em 1956 no município de Campo Maior. Ele trabalha em um modesto espaço dentro de sua casa, que ele chama de “atelier de artesão humilde”. Cornélio tem uma visão simples sobre sua profissão e não se considera um artista rico, pois acredita que o verdadeiro trabalho de um artista não envolve roubo, mas sim dedicação e esforço na criação de suas obras.
Ele se emociona ao perceber o quão longe sua arte o levou e a importância desse legado. Certa ocasião, sua filha estava na escola e a professora mencionou o trabalho de Mestre Cornélio, esperando se alguém o conhecia.
Sua filha usava a mão e disse que ele era seu pai, porém, ninguém acreditou nela. Para provar a veracidade, a professora experimentou Cornélio para ir à escola e falar aos alunos sobre seu trabalho. Esse momento foi extremamente valioso para ele, pois mostrou o reconhecimento e o impacto que sua arte teve na comunidade escolar.
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